Lembro de quando o Clandestino Café inaugurou, em março de 2017. Tenho lembranças gostosas da época: o PorAqui estava dando seus primeiros passos, a ideia do Café na Cidade ainda era algo distante e minha vontade de descobrir mais o Recife era crescente.
Saber da existência de um café dentro de um ônibus me fez sentir aquele frenesi de encontrar lugarezinhos bonitos no Recife. Mas o amor platônico durou mais do que o necessário. Fui ao Museu do Estado Pernambuco, onde o Clandestino fica estacionado, quatro vezes antes de persistir na fila de espera por quase uma hora e conseguir uma mesa dentro do Mercedes-Benz.

Pra quem ainda não entendeu, o Clandestino fica dentro de um ônibus verde-musgo chamado Celestino (inclusive esse é o nome de uma das bebidas mais especiais da casa). O ônibus era militar e carregava soldados antigamente, até que um casal de empreendedores o encontraram na estrada que liga Recife a Garanhuns e decidiram apostar na antiga ideia de fazer um café móvel.
Sorte a nossa, que agora temos mais um museu com um cafezinho na cidade. A dica é óbvia: fazer o passeio completo com visita ao acervo do Museu do Estado de Pernambuco. A entrada do MEPE custa R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada).

Eu, clandestina
Cheguei no Clandestino era fim da tarde, o sol se pondo e as muriçocas saindo das entocas pra picar a gente. Quando eu e mais duas amigas ouvimos a menina nos chamar pra mesa dentro do ônibus, depois de quase uma hora de espera, demos pulinhos de alegria: finalmente um espaço livre dos mosquitos e com ar-condicionado.
A espera só foi mais amena pelo detalhe do cardápio que mostrei acima: uma poesia escrita à mão no verso, onde fica bem evidente o carinho e cuidado pelo lugar. Ai, já sabe, né? Suzana se apaixona.

Já dentro do ônibus, o clima é meio estranho. Não um estranho ruim, mas uma sensação de que o ônibus pode sair andando a qualquer momento, sabe? Confesso que uma labirintite que eu não tenho atacou ali. ?
Fora isso, o ambiente é apertadinho, afinal de contas, é um ônibus. As vozes também ficam bem mais altas do que o normal, então duas coisas: se você é sensível demais com barulho, não é o melhor lugar pra você; e se você for por lá, tente maneirar no tom de voz.
Muito da beleza do lugar tá nisso: todo mundo fica meio pertinho, sentado próximo. Dá pra fazer amizades (ou paquerar né, vai que).

Comidinhas
Os atendentes todos são extremamente atenciosos e o pedido sai rápido. Cada uma de nós pediu uma coisa diferente e os três pratos estavam deliciosos. As meninas pediram croissants recheados (a partir de R$ 10,90) e eu fui na empanada de caponata de beringela (se não me engano R$ 8,90).
Já no café, nós três fizemos a maria vai com as outras e pedimos o capuccino de nutela e paçoca (R$ 9). Entrou pra minha listinha de capuccinos preferidos do Recife. Para a nossa sobremesa, dividimos um brownie com sorvete (R$ 14,90) e ninguém se afeiçoou muito. Tava nota 7.
A casa oferece outras opções de café: espresso clássico (R$ 5), 5 opções de filtração (a partir de R$ 7) e uns capuccinos mais autorais, tipo o de gengibre (R$ 8). Um dos mais pedidos da casa é o Celestino: espresso, limão siciliano, água com gás, raspas de gengibre e gelo (R$ 12).

Recife Coffee
E se liga: de 2 de maio a 3 de junho Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Porto de Galinhas estão recebendo o Recife Coffee, festival que reúne por um preço fechado (R$ 24,90) uma sugestão do barista, composta por um café + um salgado + uma sobremesa.
O Clandestino é um dos 35 cafés do festival e oferece o combo coldbrew com limão siciliano, kebab de falafel com molho de iogurte e brownie de chocolate com manteiga de amendoim.
⭐ Recomendo: ?????
? Clandestino Café
? Museu do Estado de Pernambuco | Av. Rui Barbosa, 960
☎ (081) 97906-4866
⏰ Quarta, quinta e sábado, das 15h às 21h | Sexta e domingo, das 15h às 20h
? @clandestinocafe
* Post especialmente dedicado à Paula Melo, a musa das Graças e da gastronomia recifense.
Por Suzana Souza do Café na Cidade
Suzana é estudante de jornalismo pela UFPE e estagiária do PorAqui. Moradora de Setúbal (quase) sua vida toda, Suzana não nasceu no Recife, mas é 100% pernambucana. Tem uma estante de livros dividida por cores em um quarto amontoado de coisa e sonha em um dia, bem lá na frente, ser dona de um cafezinho no Centro do Recife. É também mãe de uma gatinea chamada Mila e uma catiorinea chamada Sofia. Ah! Suzana também é doida por comidinhas (taurina, né?), lugares bonitinhos e por falar tudo no diminutivo.
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