O ano era 1981. A Rua da Amizade tinha apenas três prédios. Foi nessa época que a família de Marcelinho Salazar, 39 anos, se mudou para o Edifício Álamo, endereço onde ele costuma passar férias todo ano.
Foi ali que Marcelinho deu os primeiros chutes, fez os primeiros gols. “Passei toda a infância, adolescência e começo da juventude aqui nas Graças”, diz. “Tenho uma ligação muito forte com o bairro, até hoje.”
Futebol no Sítio Jacobina
O bairro das Graças proporcionou um ambiente propício para o futuro jogador de futebol, que aproveitava as férias para praticar o esporte com os colegas do bairro, num campinho de areia que eles chamavam de “sítio”, onde fica, atualmente, o Edifício Jacobina, na Rua Jacobina.
“Às vezes a bola caía dentro do Capibaribe, quem chutasse ia buscar”, lembra. “Tinha vezes que não tinha gente para jogar, então a gente ia coletando gente no meio da rua”, diz, rindo.
Hoje, mora com a esposa, Marcela Saccani, que é personal trainer, e a filha Vida, de 3 anos, no Kwait, país predominantemente muçulmano, que faz fronteira com Arábia Saudita e Iraque. Trabalha como assistente técnico do Al Shabab, time de futebol de 1ª divisão. Antes de se dedicar ao futebol de campo, foi atleta bem-sucedido no futebol de salão.
Quando saiu do Brasil em 2001, onde jogava pelo Sport, foi para a Bélgica. Morou em Portugal, onde chegou a atuar na seleção portuguesa de futebol de salão e participou até da Copa do Mundo de 2004. Antes de chegar no Kuwait, jogou também na Espanha.
Com pretensões de voltar para o Brasil, está se qualificando como técnico pela CBF e é, atualmente, o único pernambucano com licença A, ou seja, está apto oficialmente para comandar times de futebol profissional.
“Eu tenho essa vontade de contribuir para o futebol brasileiro. Trazer toda minha expertise para melhorar a qualidade do esporte aqui. Quero trabalhar em algum grande time de futebol do país. Vou me qualificar sempre para estar no nível dos melhores treinadores.”

Confira agora o papo que o PorAqui bateu com Marcelinho Salazar, em que ele conta um pouco de sua relação com as Graças e também como é a vida em comunidade no Kuwait: