Por Paula Melo, do PorAqui
Foi instalada, na tarde desta segunda (10), a primeira luminária para pedestres Pedeluz. A rua escolhida foi a das Graças, na altura do número 105, próximo ao Instituto Capibaribe. O artefacto de iluminação pública para pedestres utiliza energia solar.
O Projeto Pedeluz quer levar luz para vias públicas em áreas de circulação de pedestres. A iniciativa é da arquiteta e urbanista Clarissa Duarte, moradora das Graças, em parceria de seu escritório com o Fab Lab Recife e a empresa GlobalSUN.
"Essa ideia surgiu há cerca de cinco anos, quando, observando a cidade da gente, ficou claro que a gente estava no escuro. A gente mora numa cidade que tem uma iluminação para o leito das vias, para os carros, relativamente satisfatória, mas a gente tem uma realidade extremamente insatisfatória relacionada à iluminação para pedestre", conta Clarissa Duarte.
O protótipo é feito em madeira e conta com um painel solar (que será alimentado durante o dia) e uma placa de led, que tem capacidade para ficar acesa durante 12h. Um sensor de presença ainda detecta os passantes, aumentando ou diminuindo a carga de luz.
Para Clarissa, esse tipo de artefacto urbano é essencial para estimular a qualidade de vida e a convivência das pessoas nas ruas. "Escolhemos o bairro das Graças como laboratório de estudos", explica Clarissa, que em outubro realizou, junto com a associação de moradores, uma oficina para discutir a vida em comunidade e identificar qual a relação da iluminação com a vida comunitária noturna. Foi o start para o projeto.
A ideia chave que inspirou o Pedeluz foi o conceito da "Rua Ágora", desenvolvido há mais de 10 anos pela arquiteta em sua dissertação de mestrado realizada na Sorbonne, em Paris. O conceito define a "rua como espaço de encontro de pessoas diversas e não apenas como espaço de circulação de veículos".
Para Clarissa, o planejamento das ruas deve considerar, ao mesmo tempo, a mobilidade, a vegetação, o mobiliário urbano e a arquitetura.
Uma caminhada ao estilo Jane'sWalk (passeio pelas ruas do bairro para detectar necessidades e fragilidades da comunidade) deverá ser organizada pela associação de moradores ainda em abril.
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