Até o século XVII, a praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes chamava-se Praia de Francisco Gomes. A origem, segundo o historiador Adriano Marcena, no livro “Jaboatão: Histórias e Lutas”, de 2013, é uma referência à capela Nossa Senhora da Piedade. Não se sabe ao certo a data de fundação da capela, mas, na lápide do próprio Francisco Gomes Salgueiro, é de 1683. A lenda conta que Francisco Gomes, num navio vindo de Portugal, sofreu um naufrágio. Numa promessa a Deus, prometeu que se ficasse vivo doaria parte suas terras ao Convento de Nossa Senhora do Carmo. Ao que sucedeu seu falecimento, deixou grande parte das terras que lhe pertenciam à ordem carmelita, proporcionando a construção da igreja, ou famosa igrejinha de Piedade, atualmente ao lado da McDonalds.

VENDA GRANDE
Não muito distante da igreja, as correspondências ainda chegam à casa dos moradores da região que divide as praias de Piedade e Candeias como Venda Grande. Antigo território de venda de escravos, os negros eram deixados para serem comprados pelos donos de engenhos.

ANTIGO POVOADO DA CANDELÁRIA
Nas terras que já foram cenários de guerras, vendas de escravos e que, atualmente, aglomeram um dos principais bairros de Jaboatão dos Guararapes, grande parte do território do bairro de Candeias, em 1653, recebia o nome de sítio Candelária. As pessoas que o habitavam, o povoado da Candelária. Durante a Revolução Pernambucana, em 1817, a vila já era conhecida como Candeias. Foi também nessa região e na atual praia, que existia um porto de navios, que foi organizado o exército liderado pelo coronel Suassuna para defender a república.

BARRA DE JANGADA
No lugar onde os rios Jaboatão e Pirapama se encontravam, os portugueses encontram muitas jangadas utilizadas pelos índios para a pesca. A região também era conhecida por ser uma zona portuária para escoar a produção de açúcar dos engenhos em direção ao Recife. Para aquela praia, entre a ilha do amor, conhecida atualmente como praia do Paiva, pertencente ao Cabo de Santo Agostinho, e Candeias, deram o nome de Barra de Jangada.
Referência: Jaboatão: Histórias e Lutas, de Adriano Marcena ( escritor, historiador, professor e dramaturgo brasileiro).

